Por Evaldo Bazeggio, CEO

Em julho de 2025, a Folha destacou uma transformação sutil, mas estratégica, no desenvolvimento profissional das organizações: o aprendizado no trabalho não é mais um complemento — tornou-se a essência da produtividade e inovação. E está sendo guiado por dois catalisadores: Inteligência Artificial e o regime híbrido (www1.folha.uol.com.br).
1. IA como parceira de treinamento, não substituta
Investir em IA para automatizar tarefas operacionais é apenas o ponto de partida. Escritórios de advocacia usam IA para preparar documentos; grandes bancos a utilizam para resumir relatórios — liberando tempo para priorizar qualidade sobre quantidade. Contudo, há um alerta: ao remover etapas repetitivas, corre-se o risco de “perder a memória muscular” essencial ao pensamento crítico.
📌 Rercomendação aos líderes: Estruture o treinamento em trilhas que intercalem aprendizado assistido por IA com desafios práticos — mantendo a vivência real como núcleo do desenvolvimento.
2. Híbrido exige mentoria e debriefing conscientes
Com o modelo híbrido, “o conhecimento tácito se perde”, destacou Yolanda Seals-Coffield, da PwC. O remédio? Mentoria intensiva e análise estruturada (debriefing). Nos dias em home office, é vital explicitar: “Eu quero aprender observando isso”
📌 Rercomendação aos líderes: Formalize sessões regulares de mentoria e debriefing, integradas ao calendário, para garantir trocas qualificadas, mesmo que remotas.
3. Treinamento assertivo para perfis juniores
Com IA assumindo tarefas básicas, os juniores precisam de treinamentos mais direcionados e intensos. O formato híbrido exige clareza: quem lidera deve modelar comportamentos em reuniões, reforçando habilidades em contexto real .
📌 Rercomendação aos líderes: Implemente “playbooks de comportamento”: guias curtos, objetivos e visuais, compartilhados durante mentorias e práticas ao vivo.
4. Cultura de aprendizagem engajada e intencional
A inteligência artificial transformou o treinamento em instrumento de estratégia, não simples conteúdo. Agora, trata-se de uma cultura em que a formação é parte do DNA corporativo — com líderes claros quanto ao propósito do aprendizado.
📌 Rercomendação aos líderes: Crie — e discuta abertamente — a Conexão por Objetivo (“para que serve esse curso?”) com cada colaborador. Faça o link entre autoformação e resultado tangível.
Estrutura recomendada para treinamento no novo cenário
Pilar | Descrição | Ação de Líderes |
1. IA + Capacitação Multimodal | IA sugere conteúdos, mas o aprendizado é conduzido por tutores humanos. | Adotar plataformas híbridas com acompanhamento personalizado. |
2. Mentoria Estruturada | Especial foco nos juniores: modelagem, acompanhamento e feedback. | Criação de ciclos mensais de mentoring + debrief. |
3. Playbooks e Simulações | Guias práticos com base em situações reais. | Implementar simulações trimestrais com IA + mentores. |
4. Métricas Relevantes | Avaliar impacto real: engajamento, aplicação e resultados. | Acompanhar KPIs ligados a produtividade e eficácia. |
✨ Conclusão
Como CEO, minha visão é clara: o futuro passa por repensar o treinamento no trabalho como uma alavanca estratégica. IA e o regime híbrido oferecem ferramentas poderosas — mas só geram impacto quando integradas a uma cultura deliberada de mentoria, propósito e aplicação real. Treinar não é despender recursos. É criar vantagem competitiva sustentável.
Quer transformar o aprendizado em performance? Comece hoje estruturando seu modelo: IA, liderança ativa e treinamento híbrido caminham juntos. O futuro se constrói assim — um aprendizado por vez.