A preocupação com a geração de resultados também está na pauta dos gestores públicos. Dentro de um amplo programa de desenvolvimento de líderes, o Professor Evaldo Bazeggio está ministrando o curso de Liderança Estratégica para profissionais de diversas áreas do Governo do Estado do Paraná. O curso faz parte da trilha Liderança para resultados. Além dessa trilha, o Instituto Publix (DF) modelou um amplo programa de capacitação  com as mais modernas técnicas de gestão.

Reproduzimos a seguir a entrevista dada por Bazeggio à Escola de Governo, destacando os principais pontos do curso de Liderança Estratégica.

Quais os desafios dos Líderes no atual contexto ?

O ambiente em que vivemos é caracterizado por uma sigla: VUCA (Vica em português). VOLÁTIL, INCERTO, COMPLEXO e AMBÍGUO. O presente e o futuro que estamos vislumbrando nos indica uma realidade sensível: As competências e características que contribuíram para os resultados que temos até aqui não garantem necessariamente sucesso no futuro. Será necessário desenvolver novas competências. O líder tem a responsabilidade em guiar suas equipes no desenvolvimento de novas habilidades.

As habilidades e o perfil dos ocupantes de cargos de líder está mudando, em que direção?

O líder deve ter cabeça banda larga. A cabeça banda larga consiste e ampliar os modelos mentais, incorporando novas formas de ver o mundo. Talvez a maior dificuldade para ampliação de mentalidade esteja no fato de que nós vemos o mundo segundo um prisma muito particular e não como ele realmente é. Uma frase do Talude, que é um livro sagrado dos judeus diz: “Não vemos o mundo como ele é. Vemo-lo como nós somos”. Essa referência nos alerta para não acreditarmos demais na nossa mente. Ela mente. A maior parte das dificuldades que encontramos para realizar nossas atividades não existem a não ser na nossa mente. É como se estivéssemos sempre buscando mais do mesmo. Para formar novos modelos mentais é preciso vencer essa armadilha.

Os líderes necessitarão de novas competências? Quais?

As novas competências do líder passam por características peculiares que assumem novas conotações.
MOTIVAÇÃO: o tipo certo de motivação está ligado a uma visão mais completa do significado da vida das pessoas e o quanto elas conseguem traduzir isso no seu cotidiano. Muito mais do que a motivação, as organizações estão em busca de pessoas que tenham verdadeiras causas e que levem isso para o seu desempenho profissional.

CURIOSIDADE:  A postura de busca permanente do inusitado cria protagonistas de inovação. Esse traço de talento envolve uma predisposição ao novo de forma intencional e arrojada. Exige disposição a experimentos que podem ter sucesso ou insucesso. A curiosidade é uma característica da aprendizagem humana muito forte na infância e que deve permanecer na vida profissional.
PERCEPÇÃO: Vencendo a armadilha da visão de mundo já citada anteriormente, a capacidade de reunir e dar sentido a informações que indicam novas possibilidades. O exercício para ampliar a percepção está em não se conformar com o que está posto.
A maior parte das pessoas tem percepção limitada pela capacidade do cérebro e não identificam a necessidade de desenvolver múltiplas visões do mesmo fato para ir além do alcance.
CAPACIDADE DE CONEXÃO: num mundo em rede, o poder de influência não está no nível hierárquico que a pessoa ocupa mas sim na sua capacidade de estabelecer conexões (quantidade e qualidade). Isso exige o desenvolvimento de inteligência social que facilite as ligações e feedback nas diversas redes que as pessoas participam. (profissional, política, familiar, escolar, etc). Quanto maior a quantidade e a qualidade das suas conexões mais influente você é, com maior potencial de realização. Essa lógica se observa na quantidade de seguidores que as pessoas tem nas diversas redes sociais.
VISÃO HOLÍSTICA E SISTÊMICA: Visão holística, vem do termo Holos, que significa o todo, ou seja, ter uma visão abrangente, ampliada, de cima. Ver toda a empresa e não apenas uma parte. Ver toda a cidade e não apenas sua casa. A visão holística é ver o todo na parte, e esta parte ligada ao todo. É a grande busca humana, e relativamente poucas pessoas a alcançam. A visão holística, quando compreendida em profundidade, nos faz religar ao todo e nos torna unos, completos e perfeitamente felizes. Em decorrência disso chegamos a visão sistêmica, que é a interligação de tudo, a interdependência, nada existe separadamente. Tudo depende de tudo. Uma empresa só existe por que todos os recursos, processos e pessoas estão lá presentes. Então, numa folha de papel podemos ver a árvore, a chuva, o sol, a terra, e os operadores das máquinas de fizeram o papel. Por meio da visão sistêmica, fica fácil compreender o porquê de se levar em consideração, de forma equilibrada

Fala-se muito no papel de líder-coach? Isso não seria mais um modismo daqueles que surgem de tempos em tempos?

A ICF-International Coach Federation, define coaching como: “fazer uma parceria com os clientes em um processo criativo e estimulante para o pensamento, que os inspira a maximizar o seu potencial pessoal e profissional.” Esse mesmo raciocínio vale para o líder em relação à sua equipe. Por meio de perguntas estimulantes o líder deve desafiar o seu liderado a ser melhor a cada dia. Existe uma grande possibilidade que todos os líderes do futuro atuem como coaches, por isso não achamos que é um modismo.

O processo de coaching é basicamente oferecer e compartilhar suporte a quem necessita.

O que se espera como resultado do Curso?

O primeiro resultado esperado é a melhoria da produtividade. Quando se melhora o clima organizacional a produtividade cresce. De outro lado buscamos líderes conscientes do seu papel como desenvolvedores de equipes e alinhados à geração de resultados sustentáveis diante da demanda da sociedade. Os treinandos também serão exercitados no uso de ferramentas de mentoria e coaching.

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