A psicologia a serviço das organizações.
Atualmente muitas empresas buscam linhas terapêuticas para reestruturar sua equipe ou até mesmo evitar crises de relacionamento entre os colaboradores. Uma boa organização é composta por uma mistura de pessoas, comportamentos, conceitos, ideias, personalidades, entre outras características. Assim, constitui-se o “DNA” da instituição. Assim, a seleção de seus funcionários se dá a partir da busca por perfis que estejam alinhados à filosofia da corporação.
Há estudos que comprovam que as instituições têm perfil psicológico. Como? Por meio da somatória de personalidades que compõem a imagem da empresa. Os psicólogos corporativos afirmam que a organização tem ego, superego e id, de forma a transferir tudo isso para a esfera empresarial, o que consequentemente, influência o comportamento de seus colaboradores.
Toda organização está sujeita a oscilações de relacionamento entre seus colaboradores. Isso ocorre devido a inúmeros motivos, dentre os quais se destacam: situações estressantes, pressão por resultados, ambientes competitivos, etc. A comunicação entre líderes e liderados é um dos pontos-chave para que essas situações não interfiram no equilíbrio e nem nos objetivos da empresa.
O sistema ISOR® concebido por Marcos Wunderlich, usa a epigênese para desmonstrar que as organizações tem ciclos previsíveis. Esses ciclos têm fases de expansão e fases de recolhimento. “Somos natureza e a natureza é pulsante” ensina Wunderlich.
Na maioria das vezes os líderes não percebem esses ciclos como naturais e encaram os momentos de recolhimento como crises. O processo evolutivo de uma pessoa e também de uma organização é composto de uma sequência de epigêses. As dificuldades das organizações ocorrem quando elas entram em patinação, isso é, não conseguem sair para um novo período de expansão.
É quando as condições de relacionamento desencadeiam crises empresariais que o psicólogo corporativo pode entrar em ação. Há várias linhas terapêuticas e a escolha é feita por meio de testes e análises de grupo, bem como por meio da estrutura psicológica da organização.
Na concepção moderna de empresa, o trabalho organizacional é construído de forma interdisciplinar. Nesse sentido, o trabalho do psicólogo é muito próximo ao que o pedagogo, o assistente social e o gerenciador de recursos humanos fazem. Ele é um mediador entre a empresa e o colaborador.
Empresas que não contam com a participação de um psicólogo para auxiliá-la a discernir os discursos ocultos que compõem o ambiente empresarial estão sujeitas a perdas na produtividade de todo o grupo e não apenas no setor em que há crises. Os empregadores sequer se dão conta do que está acontecendo na instituição, porque se trata de uma causa invisível que necessita de análises específicas para apontar e identificar as possíveis lacunas. As boas técnicas de coaching também podem ser usadas para isso.
A psicologia ajuda na construção da imagem externa da sua empresa
Qualquer pessoa conhece ou já trabalhou com alguém arrogante, que, em momentos de descontração, revela-se interessante e agradável, independente de seu posto na empresa (chefe ou colega). Essa distorção da imagem acontece o tempo todo e em todas as organizações. Nesse sentido, involuntariamente os funcionários “vendem” sua imagem errada, de forma a confundir o público. É algo tão inconsciente que se faz sem saber. Há ainda pessoas que usam a arrogância para mascarar algo, como por exemplo, a ausência de boa autoestima, sentimentos de inferioridade, submissão, etc. Em outros casos, a insegurança e vários sentimentos negativos vêm dos próprios donos e chefes e são projetados na postura de seus funcionários, sendo então repassados aos consumidores. Isso ocorre como uma marca registrada da personalidade da empresa, assim como o nome e a logomarca. E como consequência, a empresa sofre retaliações do mercado, dos clientes, dos fornecedores e dos funcionários.
Psicólogos apontam que as empresas devem trabalhar sua auto-imagem, pois é essa a mensagem que motiva os colaboradores e possibilita bons resultados. Outra medida importante é não manter a mesmice e inovar na divulgação de produtos e serviços. O papel do psicólogo organizacional é, também, auxiliar no esclarecimento das ideias, permitindo a instituição mudar de orientação a respeito de determinada decisão ou escolha, e a visualizar a realidade que se encontra no mercado. As indefinições internas refletem nas estratégias. Os donos ou gestores precisam ter em mente algumas perguntas, tais como: o que se deve mudar para obter mais resultados? Para muitos empresários a resposta seria: “trocar de ramo, abrir novas frentes, trocar de parceiros”. Essa resposta para alguns é ótima, mas nem sempre.
As empresas também em determinados momentos necessitam de acompanhamento psicológico organizacional, visando se tornarem mais completas a ponto de valorizar a si e os outros em relação ao todo. Não se trata apenas de projetar funcionários mais felizes e motivados. Em linhas gerais, a busca por autoconhecimento empresarial é uma alternativa de melhorias comportamentais dentro e fora da organização.
Fontes: Jornal Valor Econômico, Psicólogo Geofilho, Biblioteca Sebrae, Brasil Wiki, Revista BSP, Lauro Prado, Exame.com