Empresas apostam em tecnologia de leitura da retina para entender consumidor
A verdadeira opinião do consumidor já pode ser realmente monitorada por tecnologias desenvolvidas a favor dos fabricantes de bens de consumo. Os recursos tornaram-se necessários, pois o comprador em si não tem uma opinião definida sobre seus desejos. “O consumidor não é uma fonte muito confiável de informações sobre aquilo que ele mesmo quer” , diz a notícia do The Wall Street Journal, publicado pelo Valor Econômico neste mês.
Estudos acadêmicos revelam que quando participantes são convidados a entrar em grupos de discussão para testar produtos, tendem a agradar quem está aplicando o teste e acabam por ignorar o próprio interesse. Com isso, fica difícil saber o que vai emplacar ou não. Para descobrir o que realmente atrai a atenção do público em um teste de mercado, empresas como a P&G , Unilever PLC e Kimberly-Clark Corp. estão combinando simulações tridimensionais computadorizadas de protótipos de produtos e gôndolas de varejo com a tecnologia “eye-tracking”, que monitora a movimentação e fixação do olhar. A informação que coleta pode ser usada para formar um “mapa de calor” que usa cores para mostrar onde as pessoas olham em uma prateleira simulada.
A Unilever, por exemplo, resolveu utilizar a tecnologia para mudar o frasco do sabonete líquido Axe. Os resultados fizeram a empresa mudar o formato do frasco que era curvilíneo e agora é reto. Além disso, a marca ganhou um “X” negro e fundo azul para ficar mais visível. Depois de usar o”eye-tracking” para testar as áreas de desodorantes nas gôndolas, a empresa sugeriu prateleiras inclinadas para que quando alguém retirar um produto, o outro chegue imediatamente. Isso faz com que a embalagem esteja sempre de frente para o consumidor. Numa varejista, as vendas de desodorantes subiram 3,5%.
A prática de agregar tecnologia virou tendência. Bob Mc Donald, diretor-presidente da P&G diz que a utilização dos recursos ajuda,inclusive, a cortar custos no projeto de produtos. Agora, 80% dos novos produtos da empresa são desenvolvidos usando alguma técnica de modelagem virtual ou simulação.