Nas aulas de estratégia nos MBAs sempre fazemos uma pergunta:
Isso é bolha, onda ou tendência?
O mercado de tecnologia, particularmente a internet, já produziu uma grande bolha no início da década passada. Muitos produtos ofereceram perspectivas de ganhos imediatos e não se confirmaram.

Naquela época as empresas pontocom eram sinalizadas como a grande oportunidade do mercado. Com a explosão da bolha, poucas sobreviveram, dentre elas o Google e o Yahoo.
Agora estamos enfrentando fortes valorizações de empresas como Facebook (Vale 100 bilhões de dólares?), Groupon, Twitter e outras.
Em dezembro, o Google fez uma oferta pelo Groupon (compras coletivas) que elevou o valor de mercado da empresa para mais de 6 bilhões de dólares. Depois disso, em março, a Bloomberg elevou a estimativa do preço das ações para US$ 25 bilhões.
Será isso o indício de uma nova bolha?
Vejam o que dizem especialistas da Wharton School:
“Não necessariamente, dizem os professores da Wharton e outros especialistas. “Eu me colocaria na categoria dos céticos em relação à bolha”, diz Luke Taylor, professor de finanças da Wharton. “As pessoas reagem sem pensar quando alguém fala em bolha. É um termo que não explica nada; um nome para algo que não tivemos tempo ainda para entender.”
Taylor diz que a valorização do Groupon e de várias outras empresas de mídia social aos milhares por aí — Facebook, Twitter, Zynga, LinkedIn e Foursquare — se dá de maneira exagerada e talvez extremamente otimista. Ele ressalta que as empresas listadas no índice S&P 500 têm suas ações negociadas com base em valores que vão “de zero a quatro vezes o montante da sua receita”. Já essas redes sociais que gozam de extrema popularidade são valorizadas com base em índices que multiplicam por cem, ou mais, o valor da sua receita. “Será que está correto o Twitter ser avaliado por um índice que eleva em 25 vezes seu valor em comparação com uma empresa do S&P 500?”, indaga Taylor.
Essa é uma questão polêmica que será respondida quando Twitter abrir o capital futuramente e tiver de pôr as cartas na mesa. Nesse ínterim, se chegarmos à conclusão de que é possível que o valor da empresa esteja correto — e pode ser que esteja mesmo —, a polêmica em torno da bolha acaba aqui. Mesmo que tenhamos dúvida, a pergunta que se faz agora é a seguinte: há empresas que apontam para a existência de uma bolha? Somente se sua influência sobre o segmento de tecnologia for de caráter negativo.
Por enquanto, essa influência, na melhor das hipóteses, é imperceptível.
Um angel investor que trabalha junto a uma incubadora de tecnologia da Costa Leste diz que há empresas que saem da incubadora com financiamentos da ordem de US$ 3 a US$ 4 milhões, ao passo que um ano antes empresas de perfil semelhante recebiam financiamentos de US$ 2 a US$ 3 milhões. É sem dúvida, um aumento significativo, porém pequeno no contexto dos financiamentos de capital de risco. O salto se justifica, de certa forma, pela recuperação da economia e pela emancipação dos mercados de mídias sociais e de aplicativos móveis, que se firmam agora como um setor viável, dizem os observadores. Além disso, as empresas de tecnologia e o capital de risco por trás delas têm de lidar com muitas tendências e problemas parecidos nos quais vêm trabalhando já há algum tempo.”
Fonte:: Outra bolha de tecnologia? Separando fatos de boatos

 

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