Costumo dizer que os concorrentes vêm de onde você menos espera. As agências de publicidade não imaginavam que seu maior concorrente seria o Google. Agora todos os editores de jornais e revistas passam a pagar comissão para a Apple para vender suas assinaturas em formato digital.

Inclusive, com o sucesso do Ipad (1 e 2), as publicações estão correndo para criar seus aplicativos e disponibilizar na loja de Steve Jobs.

A venda de assinaturas na App Store permite que a companhia fique com 30% do valor que os clientes pagam e, para as companhias jornalísticas, esse canal pode ser uma alternativa de receita com o mundo digital. No entanto, a possibilidade de ficar refém do fabricante de tablets é uma grande ameaça. A diretora de mídias digitais da Editora Três Adriana Morrone –entrevistada a respeito do tema pelo jornal Valor Econômico – afirma que é cedo para discutir se o modelo de assinatura em dispositivos portáteis se tornará uma realidade no Brasil. “Não sabemos quantos IPads temos no país. Estamos engatinhando no modelo de negócios digitais”, explica.

Mas esse tipo de receio não é inédito para o setor. Em 2001, quando a Apple criou o Itunes, o mesmo temor surgiu entre as gravadoras, pois as músicas passaram a ser comercializadas individualmente, e não mais em pacotes, como os CDs. Somente dez anos depois, a venda de músicas em formato digital deve superar a receita das vendas em CD. Nesse intervalo de tempo, restaram mortos e feridos pelo caminho.

Próximos passos 

Todos os sinais apontam que a próxima ação da fabricante de eletrônicos será em direção à TV por assinatura. A empresa da maçã está fazendo negociações para disponibilizar conteúdos em vídeo diretamente nos seus móbiles.

@EvaldoBazeggio

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