Muitas pessoas trabalham uma vida inteira, quase que literalmente, com a intenção de se aposentar e curtir a vida. Você é desses?
Pois notamos que a imagem da aposentadoria na cadeira de balanço não existe mais. Ou as pessoas desejam continuar trabalhando ou a realidade econômica obriga. Nos Estados Unidos, uma pesquisa conduzida pelo Bank of America em 2014 (*) com pessoas de mais de 55 anos constatou que somente 17% do financiamento de suas aposentadorias viriam dos rendimentos do trabalho. O recente drama da Grécia demonstra que direitos adquiridos não são suficientes para garantir renda na velhice. Várias evidências dão conta de que contar com a renda a ser ganha na aposentadoria é muito arriscado.
No Brasil a recente mudança das regras obriga as pessoas a ficarem mais tempo no batente se quiserem receber um valor maior na sua aposentadoria. Nesse sentido estamos todos destinados a continuar trabalhando mesmo depois de receber rendimentos que temos direito a título de aposentadoria. Com isso podemos voltar aos tempos que a aposentadoria não existia enquanto benefício. A possibilidade de continuar trabalhando vai depender da existência de espaço nas organizações e no mercado, aliado às competências profissionais. A mesma pesquisa citada anteriormente identifica a necessidade de modelos de jornadas e também perfil de trabalho adequados a pessoas de mais idade.
Estamos diante de duas situações bem distintas:
- Muitos aposentados podem necessitar continuar trabalhando e não conseguir (pena)
- Se a opção for continuar trabalhando por desejo e não por necessidade e conseguir fazer isso com tranquilidade aí pode-se causar inveja.
O que você prefere?
(*) Fonte: Valor Econômico 28/05/2015
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Um amigo, descia a rampa da empresa, no último dia de trabalho, junto comigo, que também trabalhava meu ultimo dia dos últimos 35 anos completos na nossa empresa. “Olha, eu estou muito aliviado, amigo. Sabe, eu passei meus últimos 30 e tantos anos cumprindo pena aí dentro. Eu chegava, cumpria minhas obrigações, e depois eu saia, no final do dia, e ia realmente viver.” E eu senti imensa pena dele. E completou “Essa empresa, para mim, era uma prisão temporária, me sinto um apenado saindo da prisão”. Lembro que eu pensei na mesma hora: “puxa, pra mim não foi assim. Eu me diverti muito nesses 35 anos. Quer tenha sido nos bons momentos, quer tenha sido nos maus momentos. Foi sempre desafiador, foi sempre uma aventura atrás da outra. E quando a coisa ficava meio parada, eu inventava. Ah inventava. E deu tudo certo, enquanto durou foi bom. Se eu pudesse, continuaria ainda mais alguns anos.” Que diferença é essa? É a postura diante do trabalho. Depois que vc sai, pense em fazer exatamente aquilo que você quer, é a sua última chance. Faça o que quiser – se for ficar sem fazer nada, é o seu direito. Se for trabalhar mais ainda, você é que manda. Mas faça o que quer, e não o que os outros querem. Parabéns, Evaldo, pela provocação.