Assim como o Tarzan na cidade, os humanos têm falhado em compreender o significado de suas próprias criações. Alguns dos mais geniais inventores não foram capazes de ver o potencial de seu próprio trabalho.

  • Auguste Lumière, um dos inventores do cinema em 1895, declarou cinco anos depois que “o cinema é uma invenção sem futuro” e partiu para desenvolver fotografias coloridas;
  • Em 1844, Samuel Morse revelou o primeiro sistema de comunicação em que uma mensagem se deslocava mais rápida do que um cavalo. Entretanto ele morreu acreditando que o próximo passo não seria o telefone, descartado como “um brinquedo elétrico”. Ele acreditava que os cabos do telégrafo seriam o progresso, remetendo várias mensagens simultaneamente.

Empreendedores recentes também fazem parte desse grupo:

  • Em 1977, Ken Olson, o presidente da maior companhia de computadores (A Digital) disse: “não há motivo algum para as pessoas terem um computador em casa”
  • Em 2006 o ex-CEO da Microsoft, Steve Ballmer declarou ao USA Today que “não havia chance alguma do iPhone obter qualquer participação significativa no mercado”

Isso serve como alerta de que todos estamos submetidos a interpretar erroneamente o significado das mudanças pois estamos condicionados ao pensamento prevalecente (JOE ITO). 

Embora tudo mude rapidamente, nosso cérebro continua sendo o mesmo que acreditava que o automóvel era uma moda passageira ou que o fogo era somente uma forma de manter ambiente aquecido no inverno. 

O desenvolvimento humano caracteriza-se por um conjunto constante de crenças e pressupostos.

Essa matriz de crenças, pressupostos, preconceitos, normas e convenções formam um conjunto de regras que guiam nosso pensamento segundo nos ensina Michel Foucauld. Por sua vez, Thomas Kunh chamava de “paradigmas” esse sistema abrangente de crenças.

Assim, as tecnologias superam nossa capacidade, como sociedade, de compreendê-las. 

Não são os mais fortes que vão sobreviver, mas aqueles que mais se adaptarem. Joe Ito, em seu livro DISRUPÇÃO E INOVAÇÃO alerta que “nosso conjunto de ferramentais cognitivas atual nos deixa mal equipados para compreender as profundas implicações derivadas dos rápidos avanços em tudo, de comunicações a guerras.”

O mesmo ITO alerta de que as mudanças não se importam se você está preparado. Uma das formas de conviver com isso é considerar de que tudo se dá em ciclos, espécie de ondas em que podemos “surfar”. Consideramos esses ciclos como epigêneses.

Sob essa perspectiva não há como gerenciar a mudança mas sim “surfar”nela.

No campo profissional e organizacional a Visão Epigenética ou Processualidade Cíclica tem se mostrado excelente ferramenta tanto para aceitação das mudanças como para gestão das mesmas.

Na atividade de apoio ao desempenho das pessoas permite aos Coaches / Mentores posicionare o cliente frente as suas questões sobre Mudanças.

Permite entender como natural as fases de expansão ou de recolhimentopelas quais passam todos os processos humanos.

Epigênese vem da conjugação do prefixo grego epi,que significa através de. Gênese se refere ao início, ao nascimento. 

Então podemos traduzir epigênese como sendo o movimento que acontece a partir de tudo que tem um inicio, por exemplo, um emprego, uma empresa, um cargo, um projeto, um relacionamento etc. Significa a transitoriedade e a percepção dos diferentes momentos de um ciclo, desde o inicio até o seu final.

Nas organizações nos referimos ao faro epigenético, ou seja, ter a percepção clara das epigêneses e seus respectivos momentos de modo que haja um ajuste do timing das mudanças na organização ou atividade profissional.

Por exemplo, um processo de venda segue um fluxo epigenético, e o atraso ou adiantamento do momento pode por a perder o processo.

Por sua vez, reuniões também seguem o fluxo epigenético e por isso o condutor de uma reunião deve prever o tempo para cada momento de Interação, de Função e Escalaridade.

Interação deve ser a recepção, desarme, inicio e apresentação do tema. A Função deve ser o andamento dos trabalhos em si, e a Escalaridade corresponde a atividades de fechamento, de conclusões e distribuição de tarefas, providências para os próximos encontros. Idem para o ano letivo, para a gestão de diretoria ou mandato político com prazo definido.

Um surfar atento às fases dos ciclos pode ajudar você a compreender o que está acontecendo, interferir na trajetória e mudar sua forma de pensar em tempo de ser mais produtivo, proativo e menos reativo.

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