Uma pessoa da minha família é motorista de aplicativo nas horas vagas. Ela pode pensar que é autônoma e não tem chefe, mas está enganada. A socióloga Alex Rosenblat falando para o jornal Valor (22.07) explica:
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O Uber exerce significativo controle sobre seus motoristas por meio de um “chefe baseado em algoritmos;
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Isso invalida outras responsabilidades de classificação de emprego tradicional e o motorista parece autônomo;
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O preço dinâmico, por exemplo, manda informação para um grupo de motoristas e eles correm para o local da demanda (isto é um chefe?);
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No cancelamento de uma corrida, os motoristas podem receber uma mensagem de advertência (isto é um chefe?)
O que podemos concluir com isso? Pessoalmente acho que o papel de um chefe, principalmente nos aspectos de liderança, não são substituíveis facilmente embora partes das atribuições podem ser automatizadas.
Um dos impactos possíveis é que podemos gerar crises de CONFIANÇA. Veja o caso de empresas em que os colaboradores são rastreados por geolocalização e pelas interações nos sistemas das empresas. Esse fato deixa todos desconfiados e pode trazer fortes impactos no clima.
Por outro lado, programas de incentivo à produtividade são configurados para indicar aos colaboradores a melhor forma de produzir os resultados desejados.
O certo é que deveremos nos preparar para “gerenciar os algoritmos”. Tecnologia envolve competências técnicas (hard skills) e vai exigir conhecimento e manejo de Big date e de lógicas de processamento.
Tratamos disso sob vários aspectos em nossos eventos presenciais e pela web.