Existe mercado para os coaches?

estudo global sobre coaching desenvolvido por encomenda da A ICF-International Coach Federation, demonstra que existe um grande potencial de trabalho na América Latina.  Pelos dados levantados, a proporção de profissionais que atuam é muito baixa em comparação com outras regiões. Enquanto na América do Norte existem 46 profissionais para cada um milhão de habitantes, na América Latina essa proporção é de somente 4,4 (ver quadro a seguir). Em matéria publicada na revista Você RH (Ed. Abr/Mai 2016) estima-se que no Brasil já existem mais de 40.000 profissionais exercendo essa atividade.  Nas minhas pesquisas feitas junto aos alunos de pós-graduação constato que a atividade ainda é pouco conhecida.Para compreender o significado da atuação de um coach, começamos lembrando que a atividade de coaching deriva da visão de ser o treinador, o professor, o orientador, o técnico.  É uma parceria entre o coach, profissional especializado e o coachee, pessoa que se beneficia da atividade.  O processo é de ajuda e orientação.

A ICF-International Coach Federation, define coaching como: “fazer uma parceria com os clientes em um processo criativo e estimulante para o pensamento, que os inspira a maximizar o seu potencial pessoal e profissional.”

O processo de coaching é basicamente oferecer e compartilhar suporte a quem necessita.

Diferentes tipos de coaching

No mercado o serviço de coaching é oferecido alinhado à finalidade. Os mais conhecidos são:

  • Coaching de carreira: destinado a apoiar o cliente sobre direcionamento e mudança de trajetória profissional.
  • Life Coaching – Coaching de vida: facilitar ao coachee a vivência de uma vida serena, saudável e feliz. É a modalidade que mais se aproxima da terapia.
  • Coaching de liderança: tem a finalidade de desenvolver, ampliar ou redirecionar as competências dos gestores na condução das suas equipes.
  • Coaching Executivo: prepara as pessoas para encarar as pressões próprias da vida executiva, quando os executivos precisam tomar decisões que afetam a vida de muitas pessoas, incluindo a sua própria.

Para todas essas finalidades existem diversas metodologias, todas com objetivos similares. Dois exemplos: sistema ISOR©, criado pelo brasileiro Marcos Wunderlich (SC) do Instituto Holos e o coaching Ontológico em que Homero Reis (DF)  é um dos disseminadores.

As competências e habilidades mais importantes

Para desempenhar adequadamente seu papel, um coach deve ter as seguintes habilidades:

  • Capacidade de construir um relacionamento, estabelecendo confiança com seus clientes. Sem confiança e relacionamento os resultados não vão acontecer
  • Facilitar o aprendizado e focar nos resultados pretendidos pelo cliente. Para buscar esses resultados o coach deve estar capacitado a conscientizar o cliente, facilitar seu planejamento e definição de metas bem como apoiar as ações decorrentes
  • A habilidade de comunicação é indispensável, principalmente a capacidade de praticar a escuta ativa e o questionamento produtivo
  • Por fim, o comportamento ético é a grande marca de um profissional coach, sabendo os limites e as diretrizes da sua atuação

Com relação às competências, ressaltamos que a ICF define 11 competências necessárias ao exercício da atividade com maestria.  Estas competências, juntamente com o código de ética procuram distinguir os profissionais em aplicação de coaching de excelência.

Cuidados com a banalização do coaching

O ex-presidente da ICF no Brasil, Jorge Oliveira, em entrevista concedida à revista Você RH, (Ed. Abr e Maio 2016) critica o uso indiscriminado do coaching como remédio para tudo. A eventual banalização, aponta Oliveira, pode ocorrer quando se contrata profissionais sem formação sólida e larga experiência, além de usos diversos como coaches internos e até a disseminação do líder coach como um “estilo” de liderança.

Em relação ao processo de coaching interno eu concordo com Jorge Oliveira pois também percebo dificuldades em conciliar os papéis (empregado e coach)  e lidar com aspectos de sigilo, sem contar com o fato de viver o contexto da organização, o que pode contaminar a sua atuação. O melhor seria estabelecer programas de treinamento ou mentoria para as finalidades propostas como ´por exemplo preparação para aposentadoria e programas de recolocação de pessoas.

Evaldo Bazeggio, gestor de equipes com mais de trinta anos de experiência, certificado internacionalmente  Master Coach ISOR® em Coaching, Mentoring e Holomentoring®. Consultor de estratégia, desenvolvimento organizacional e de pessoas, em organizações públicas e privadas.  Instrutor de cursos de liderança em organizações públicas e privadas. Fundador e diretor técnico da Bazeggio Consultoria, atuando também em gerenciamento de projetos de consultoria de parceiros como o Instituto Publix e outros. 

 

 

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