Aquilo que não se ensina na escola
Vivemos simultaneamente vários conflitos com origem na família, empresas, sociedade e isso normalmente nos aflige. Nas organizações é um grande gerador de clima ruim. Para entendermos esse fenômeno e considerar como ajudar outras pessoas, listamos a seguir quatro dicas:
1 – Entender a dinâmica do conflito: eles sempre são internos
Não há conflitos externos e seja qual for, está apenas nas nossas mentes.
Este ponto é essencial e de difícil entendimento. Geralmente entendemos que os conflitos são provocados por situações externas, pois normalmente estamos sempre olhando para fora de nós, e com isto não percebemos que o mundo externo é visto, entendido ou construído segundo nossos modelos mentais ou pontos de vista e memórias instaladas na mente.
Ou seja, o mundo não é como o vejo. Este talvez seja o maior “ponto cego” dos seres humanos, ou seja, não tomamos consciência que a cada momento estamos construindo nossos mundos particulares. Temos uma espécie de “software” interno que projeta o mundo. Isto acontece no mundo pessoal.
2 – Quando o conflito se manifesta
O conflito se forma quando fazemos uma comparação entre “o que é” em comparação com o que gostaríamos que fosse ou que deveria ser. Veja que essa segunda parte (desejos – projeções), é idealizada pela nossa mente.
Segundo nos ensina Marcos Wunderlich, toda vez que os fatos ou acontecimentos vistos como externos não estejam em sintonia, acordo ou em consonância com o mundo ideal, surgirá de forma potencial o conflito dentro da nossa mente, que poderá eclodir de forma nefasta. Com o conflito manifesto, perdemos o centramento e a condução, com manifestações de raiva ou agressividade.
Exemplo simples: moro em Brasília e gostaria muito de morar em Florianópolis.
3 – Administração do Conflito:
Se o conflito não se tornar manifesto, é possível administra-lo buscando com o tempo, mudar os fatos, agindo para que se aproximem daquilo que pensamos e desejamos.
No exemplo simples acima, como administrar? Ou eu mudo de desejo (passo a considerar e desejar Brasília ou mudo de cidade, indo morar efetivamente em Florianópolis.
Toda a administração dos conflitos significa ao longo do tempo fazermos a “costura” ou buscarmos o isomorfismo entre Fatos e Símbolos.
4 – Mentoria para administração de conflitos:
Consiste em ajudar as pessoas envolvidas em conflitos a enxergarem as suas posições e apoia-las a chegar ao isomorfismo, que significa a coerência entre o que é e o que eu gostaria que fosse. Ver o mundo como ele é, nos traz paz e harmonia. Nesse ponto é relevante considerar que pessoas pacificadas internamente conseguem ajudar a construir um mundo melhor. Pessoas em guerra interna terão muita dificuldade em administrar conflitos.
Vamos considerar dois sócios em uma empresa que tem conflitos na forma de conduzir o negócio. Cada um deles tem desejos, projeções e uma idéia do que gostariam que fosse. No andar da empresa, os fatos não estão refletindo esses desejos. Dessa questão, certamente advirão potenciais conflitos. O mentor ajuda a identificar essas incongruências e busca formas de sintonizar. Pode levar as pessoas a mudar seu agir (os fatos) ou a rever seus desejos. Sem melhorias interiores não será possível.
Fonte: Sistema ISOR e escritos de Renato Klein e Marcos Wunderlich