Classe C chega aos planos e saúde e superlota prontos-socorro
A edição do Valor Econômico da última segunda-feira, três de dezembro, chamou atenção para a expansão da participação da classe C nos planos de saúde. A movimentação vem aumentando a lotação e as filas em hospitais particulares, onde pacientes têm que enfrentar esperas de até duas horas para serem atendidos no pronto-socorro. Além disso, faltam vagas para internação nos dias mais movimentados.
Conforme apresentado durante o 17º Congresso da Abramge, realizado em 23 de novembro, A classe C já representa 49% do mercado de saúde privado. A informação foi dada por Renato Meirelles, sócio-diretor do Data Popular.Os reflexos da lotação podem ser verificados em pesquisa da consultoria Aon HewittBrasil: entre 2006 e 2012 houve um aumento de 29% no número de solicitação de exames para cada consulta realizada e o crescimento no número de consultas e internações foi de 8,3% e 7,4%, respectivamente.
O principal motivo da expansão é a entrada da classe C nos planos de saúde que, até então não tinha acesso às redes privadas. Outro motivo para a lotação são os clientes de planos de saúde que preferem procurar um pronto-socorro para casos mais simples do que enfrentar a demora para agendar uma consulta de consultório. Segundo dados da Formato Clínico, em 2011 foram realizados cerca de 700 milhões de exames, evidenciando um aumento de 11,8% em relação a 2010.
Buscando uma solução para o crescimento da demanda, o Grupo Fleury, presente no mercado de alta renda criou a bandeia a+, destinadas as classe B e C. Além disso, o grupo pretende abrir novas unidades nos próximos anos.
Essa tendência já foi captada por outras estrategistas de negócios em saúde. As evidências são a entrada de investidores estrangeiros nos planos de saúde brasileiros – recente compra da Amil – e o avanço de investidores como o BTG Pactual na aquisição de hospitais.