Tenho um amigo SUPERTEMP.

O amigo a que refiro já foi executivo de grandes empresas, fez parte de sua carreira no serviço público e hoje presta trabalho temporário autônomo. Exerce atividades em várias cidades do Brasil, gerenciando projetos, orientando equipes, participando de conselhos de empresas e de autoridades governamentais, todos clientes diferentes.

A quantidade de pessoas com esse perfil vem crescendo no mercado mundial.  Cada vez mais empresas tem confiado a esses profissionais atividades e missões críticas que anteriormente seriam prestados por executivos assalariados ou terceirizados tradicionais. Jody Miller criou o termo “Supertemp” para designar esses profissionais, em um artigo recente na revista HBR Brasil. Segundo Miller, “Supertemps são, na sua maioria, refugiados de grandes corporações, escritórios de advogacia e firmas de consultoria. É gente que preza a autonomia e a flexibilidade do serviço temporário ou à base de projetos e constata que a remuneração pode ser compatível à que tinha em um emprego com contratação formal.

Uma das vantagens é que esse profissional pode se livrar das infindáveis reuniões e do jogo político interno da empresa. Existem estatísticas que até 40% do tempo dos executivos pode ser perdido com essas questões não relevantes mas que sugam a energia das pessoas nas organizações.
As empresas são precisam  tê-los a vida toda, livram-se do custo fixo e futuro de pessoas que fazem carreira.  Outra vantagem é o fato de que uma empresa eventualmente não tenha recursos para pagar um executivo de alto nível pelo tempo integral.
Nos Estados Unidos existem empresas especializadas em levar executivos e profissionais a clientes para serviços de consultoria e projetos temporários. Uma dessas empresas, a Business Talent Grop (BTG) afirma que seu papel é indicar profissionais de talento para trabalhos temporários de grande desafio para grandes organizações. Naquele país,  um estudo da McKinsey realizado em 2011 e  citado pela HBR constatou que 58% das empresas americanas esperam recorrer mais a esses profissionais super especializados para projetos específicos.
No Brasil percebo um certo preconceito com os profissionais autônomos, liberais, temporários ou freelancer quando atuando nos níveis mais elevados das organizações. Mas o cenário está mudando. Conheci Conrado Adolpho, especialista em marketing,  e pelo seu relato deduzi que optou por prestar trabalhos temporários de alto nível, ao invés de continuar com uma empresa (agência de marketing). Pessoalmente também tenho ótimas experiências.  Dentre as várias oportunidades que tive, destaco duas. A primeira é quando trabalhei como assessor da diretoria de uma empresa por mais de um ano em tempo parcial. Minha atividade era similar à de um executivo do quadro, mas tinha características específicas que permitiam levar uma visão externa. A parceria progrediu e continua em outros negócios. A segunda  experiência estou vivendo agora, gerenciando um projeto de prestação de serviços para uma empresa parceira. O trabalho exige parte do meu tempo, em outra cidade, permitindo que eu me continue me dedicando também ao meu próprio negócio.

Fonte: A grande Idéia.  Harvard Business Review, maio de 2012, p. 21.

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