Entrevista de emprego – o recrutador também deve estar preparado, pois os melhores talentos escolhem as empresas onde querem trabalhar.
Numa entrevista de emprego, o candidato não é o único que está sujeito às gafes. O recrutador também deve se preparar e pensar no que fala e como age para não afastar bons candidatos e realizar contratações prudentes. Além disso, entrevistas mal conduzidas podem gerar uma série de problemas para uma empresa, até mesmo ações judiciais por perguntas consideradas ilegais.
Um caso recente é o de Brandi Fuller, gerente de recursos da JS West, condenado a pagar US$ 12.000 para um instrutor de entrevistas por processos judiciais de empregados pedindo indenização. A matéria de Lauren Weber, publicada na edição de 10 de dezembro do Jornal Valor Econômico aponta uma série de erros que podem ser cometidos em entrevistas, como fazer perguntas irrelevantes ou pessoais, falar mal da empresa e parecer desinteressado, condutas que podem intimidar candidatos qualificados.
Segundo a fundadora da consultoria nova-iorquina de carreiras Skikillful Communiccaions Pamela Skillings, a principal razão dessa deficiência é a noção equivocada que algumas empresas têm de que praticamente qualquer profissional pode realizar uma entrevista de emprego. Afirma ainda que a maioria dos gerentes improvisa por acreditar que podem simplesmente seguir os seus instintos para selecionar um candidato, o que pode trazer contratações tendenciosas.
Outro erro é favorecer aquele que tem formação e interesses semelhantes aos do entrevistador. Russell Schramm, diretor de aquisição de talentos para a Philips da América do Norte aconselha que o entrevistador se prepare com antecedência, evite perguntas enganosas e chama a atenção para empresas que estendem demais o processo de seleção, o que pode fazer com que candidatos qualificados desistam da vaga por achar o processo enfadonho.
O diretor de recursos humanos globais da American Management Association Manny Avramids aconselha que o recrutador saiba ouvir. O ideal é que ele fale brevemente sobre a cultura da empresa, mas que deixe que o candidato fale a maior parte da entrevista. Caso contrário, “não é uma entrevista, é um comercial”, afirma. Embora as habilidades necessárias para uma boa seleção não venham da noite para o dia, elas merecem atenção, pois criam para as empresas uma política de seleção mais consciente e recompensatória. Além disso, as mesmas qualidades que tornam um profissional um bom recrutador, podem ajuda-lo a exceder em outras áreas da sua carreira, uma vez que desenvolvem sua imparcialidade capacidade de ouvir.
Dicas ao entrevistador:
- Estude antecipadamento o currículo do candidato;
- Procure saber os principais resultados conseguidos anteriormente na carreira;
- Saiba que quando o candidato falar de defeitos, vai sempre “dourar a pílula” por isso talvez seja melhor não perguntar a respeito
- Leve em consideração que normalmente contratamos candidados pelas suas capacidades técnicas e demitimos pelas suas incompetências comportamentais
- Dê oportunidade ao candidato também fazer perguntas: os melhores talentos escolhem as empresas onde querem trabalhar
- Deixe o candidato ciente de outras pesquisas que eventualmente você fará a respeito
- Quando tiver o resultado, comunique-o, qualquer que seja esse resultado.